Ao todo, cinco escolas localizadas na região central da cidade foram destinadas para a realização da prova. No site da prefeitura de Cafelândia constava a lista dos candidatos e local onde cada um faria a avaliação, porém, muitos foram deslocados para outras escolas na última hora. “Tinha candidato com nome em três escolas diferentes”, contou um dos inscritos. As provas não continham identificação do candidato e cada um tinha que escrever o nome à caneta, assim que recebia o gabarito.
A responsável por aplicar a avaliação é a Dux Concursos Públicos, com matriz em São Paulo e filial em Santa Cruz do Rio Pardo. A empresa alegou que houve problema na atualização dos números de candidatos que prestariam a prova, em virtude da falta de tempo hábil na compensação dos boletos bancários.
Muitos dos candidatos vieram de cidades da região. Foi o caso da auxilar administrativa Paula Cristina Pontes Perin, 22 anos, de Lins. Ela viajou 25 quilômetros para concorrer a uma vaga de orientador social e pagou R$ 30,00 na inscrição.
“Na lista só constava candidatos até a letra B do alfabeto. Um rapaz se apresentou como representante da Dux Concursos, mas nem crachá tinha. Ele disse que foram obrigados a mudar alguns inscritos de escola, pois não teria lugar para todo mundo”, contou.
O organizador mostrou uma nova lista e Paula descobriu, então, que faria a prova em outra escola. “Fui a pé até lá e, quando cheguei, não tinha ninguém para me informar qual seria a sala. Houve tumulto e os seguranças tiveram que separar brigas”, relata.
Em uma escola particular, cujo proprietário é um dos vereadores de Cafelândia, Carlos Camargo, as provas foram aplicadas normalmente. Uma candidata a recepcionista, moradora de Cafelândia, fez a prova e alega não ter tido problema. “Formamos a fila no horário previsto, apresentamos os documentos e fomos autorizados a entrar na sala. Minha turma estava completa e, mesmo com o tumulto, o fiscal nos orientou a continuar a avaliação até o final”, lembra.
Concurso teve atrasos, falta de organização e reclamações
No edital do concurso, que pode ser acessado pelo site www.duxconcursos.com.br, consta que os portões seriam abertos às 8h e fechados às 8h45. O início da prova estava previsto para as 9h. No entanto, segundo um dos candidatos que iria concorrer à vaga de procurador jurídico, o carro da empresa chegou à escola em que ele estava somente às 8h30 e apenas os fiscais puderam entrar.
“Falta de preparo da empresa. Chegaram atrasados, não calcularam o número de fiscais para auxiliar na prova e não indicaram o número de salas, além de impedirem que os candidatos entrassem”, contou um advogado, que preferiu não se identificar.
Ainda segundo o advogado, por volta das 9h20, quando todos já estavam acomodados para realizar a avaliação, a fiscal da sala disse que não havia nenhum comunicado ainda por parte da coordenação sobre o cancelamento do concurso. “Fomos avisados que havia sido cancelado por outros candidatos”, finalizou.
Chefe de secretaria diz que cancelamento será apurado
Por telefone, o chefe de secretaria de Cafelândia, Onivaldo Flausino, informou ontem ao JC que a suspensão do concurso será investigada. “Já orientei o departamento jurídico a registrar boletim de ocorrência (BO). Amanhã (hoje) vamos promover uma reunião no Legislativo para apurar o que houve e iremos ouvir a Dux”, declara.
Flausino lamentou o problema causado aos candidatos e o dinheiro gasto pelos inscritos que vieram de outras cidades. “Lamentamos o prejuízo dos candidatos, que vieram de fora, em um domingo, quando poderiam estar com a família ou descansando”, diz.
A Dux Concursos Públicos, que ganhou a licitação para aplicar o concurso, distribuiu uma nota em que confirmou que o Concurso Público 001/2014 foi cancelado por causa da falta de tempo hábil na compensação dos boletos bancários, o que ocasionou tumulto e impediu que fosse realizada as provas. “Reiteramos que em momento algum houve problemas de lisura ou má fé”, informa.
A Dux informou que uma nova data será marcada para as provas e nenhum candidato será prejudicado. Ela pediu desculpas pelos transtornos causados.
Fonte: Marcus Liborio - www.jcnet.com.br
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