Com cerca de 4 mil habitantes, o município de Boracéia amanheceu, ontem, em choque. Um casal de jovens apaixonados da cidade morreu de forma trágica, numa ocorrência que envolveu outras duas vítimas fatais de Bauru na noite de anteontem.
Filha única, aos 16 anos a estudante Bianca Peissler foi ferida várias vezes à faca na região do tórax. Enquanto era socorrida na estrada vicinal do Ferry Boat, apontou o namorado José Vinício Salina Júnior, 19 anos, como autor dos golpes.
Ela não resistiu. Ele também não. Conduzindo um Gol, placas DWF 0286, o jovem envolveu-se em um grave acidente no trevo do Distrito de Santelmo, no quilômetro 160 da rodovia César Augusto Sgavioli (SP-261), em Pederneiras. Por conta de uma colisão frontal, o Gol em que seguia pegou fogo e Júnior morreu carbonizado.
Também sucumbiram ao desastre o aposentado José Pereira Carvalho, 59 anos, e a esposa dele Sonia Marilza Batista Pereira de Carvalho, 53 anos. O casal trafegava num Renault Scenic, placas CTA 8026, com Lázaro Aparecido Batista, 56 anos, como passageiro. Ele foi socorrido em estado grave e, até o fechamento desta edição, permanecia internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base de Bauru.
Os três viajavam sentido Pederneiras-Boracéia e Júnior seguia na mesma rodovia, mas no sentido contrário. Por motivos ignorados houve a colisão, consta no boletim de ocorrência registrado em Pederneiras. Mas uma testemunha, que prefere não ser identificada, conta que Júnior estaria em alta velocidade e, ao se aproximar, teria jogado o carro na direção do veículo que ela trafegava, possivelmente na intenção de provocar um acidente.
Para evitar o choque, o condutor do carro em que ela era passageira desviou pelo acostamento. O veículo ficou danificado. Já os passageiros do Scenic não tiveram a mesma sorte. Com o choque, os veículos rodaram várias vezes na pista. José Pereira Carvalho morreu no local. Já Sonia Marilza Batista Pereira de Carvalho chegou a ser socorrida, porém morreu a caminho do hospital.
Sepultamentos aconteceram em cidades diferentes
Como em Boracéia só existe um velório e um cemitério municipais, a estudante Bianca Peissler, 16 anos, e seu namorado José Vinício Salina Júnior, 19 anos, seriam velados simultaneamente. No entanto, para evitar constrangimentos, o corpo do rapaz foi encaminhado para Bariri, onde foi sepultado ontem às 17h30, mesmo horário em que saiu o féretro da garota.
Nas duas cidades, jovens e adultos estiveram presentes para o último adeus aos jovens. Em Boracéia, mais de 400 pessoas – inclusive o prefeito Marcos Bilancieri (PSD) – passaram pelo local, segundo estimativa da Polícia Militar. Além de tentarem encontrar explicações, algumas pessoas pegaram carro e se dirigiram ao local do desastre que matou Júnior e ao ponto onde Bianca foi socorrida. Buscavam entender um desgosto tão profundo. Por conta dele, a família do rapaz pediu à reportagem que respeitasse a dor da família e deixasse o velório sem entrevistas.
Casal namorava há quase um ano
A estudante Bianca Peissler, 16 anos, já comemorava com as amigas a marca de um ano de namoro com José Vinício Salina Júnior, 19 anos. Filha única, ela estava apaixonada pelo rapaz, com quem rompeu várias vezes durante o período de relacionamento, informaram conhecidos. Jovens e adolescentes lotaram ontem a Funerária Municipal de Boracéia.
“Ele era obcecado por ela. Tinha ciúme dos namorados anteriores”, relata uma das amigas mais próximas de Bianca. De acordo com ela, que não será identificada, o ciúme do rapaz contemplava até as amigas, de quem a estudante se afastou desde o início do namoro. No entanto, na última semana, a situação teria piorado.
Tanta restrição fez com que as amigas sugerissem que ela o deixasse, em vão. ‘Era Deus no céu e o Juninho na terra. Ela não tinha olhos para mais ninguém”, afirmaram. As amigas contaram ainda que a família de Bianca gostava muito de Júnior. O garoto trabalhava na Trident Indústria de Precisão, em Itapuí, junto com a mãe, que tem outro filho do segundo casamento.
Já Bianca era filha única, cursava o terceiro ano do Ensino Médio na Escola Estadual Edir Helen Sgavioli Faccioli. À tarde, a garota fazia estágio uma empresa e à noite fazia curso de auxiliar administrativo, no Senai de Boracéia.
Como na sexta-feira tinha prova do curso técnico, faltou à escola para estudar. Após o exame, ainda segundo as amigas, o casal de namorados se encontrou, passou na casa dos pais dela e depois saiu.
Quando soube do acidente com Júnior, a mãe de Bianca se desesperou. Imaginou que a filha estivesse com ele no carro, comenta uma das amigas que, com a mesma preocupação, ligou várias vezes para o celular dela. “Só dava caixa postal”.
Rede social mostra romantismo
Entre as fotografias postadas em álbuns do perfil de José Vinício Salina Júnior, 19 anos, no facebook, a de Bianca Peissler, 16 anos, prevalece. Também constam imagens do veículo dele, o Gol que pegou fogo anteontem durante o acidente.
Duas horas antes do desastre, Júnior postou uma imagem de gatos com a frase “Se eu fosse um gato, viveria minhas sete vidas com você” e outra, cuja imagem ao fundo mostra uma estrada. Sobre ela, trecho da letra da canção de Geraldo Vandré “Vem vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Mensagens de amor e da importância em sempre falar a verdade também chamam atenção pela abundância.
Motorista encontra garota em vicinal e providencia o socorro
A noite do dia 22 de fevereiro jamais sairá da memória do motorista Flávio Lopes. Foi ele quem localizou a estudante Bianca Peissler, 16 anos, na estrada vicinal do Ferry Boat, em Boracéia. Conhecia a menina desde criança, assim como toda a família dela. Ele e o pai da garota trabalharam juntos.
Flávio conta que acabara de sair de uma lanchonete de amigos, quando decidiu passar pela estrada vicinal. Notou alguém de bruços caído próximo ao asfalto da pista (sentido Ferry Boat) pedindo ajuda com a mão. “Pensei que fosse atropelamento”, comenta.
Flávio, então, voltou para a lanchonete para buscar dois amigos que pudessem auxiliá-lo, pediu socorro médico e retornou ao ponto onde Bianca estava. Resgatada, ele a acompanhou na ambulância. A moça sangrava muito por conta dos golpes de faca (estima-se em 15). Consciente mas com os olhos fechados, a adolescente lhe disse ter sido ferida pelo namorado. “Também pedia muito pelo pai e pela mãe”, conta. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada à Santa Casa de Bariri.
Diante da situação, Flávio pediu para um dos amigos telefonar para o pai da estudante e informá-lo que ela estava ferida. Quando o motorista chegou ao local e soube da tragédia, entregou-se ao desespero. “Inesquecível”, conclui Flávio.
Fonte: Luciana La Fortezza - www.jcnet.com.br
Ela não resistiu. Ele também não. Conduzindo um Gol, placas DWF 0286, o jovem envolveu-se em um grave acidente no trevo do Distrito de Santelmo, no quilômetro 160 da rodovia César Augusto Sgavioli (SP-261), em Pederneiras. Por conta de uma colisão frontal, o Gol em que seguia pegou fogo e Júnior morreu carbonizado.
Também sucumbiram ao desastre o aposentado José Pereira Carvalho, 59 anos, e a esposa dele Sonia Marilza Batista Pereira de Carvalho, 53 anos. O casal trafegava num Renault Scenic, placas CTA 8026, com Lázaro Aparecido Batista, 56 anos, como passageiro. Ele foi socorrido em estado grave e, até o fechamento desta edição, permanecia internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base de Bauru.
Os três viajavam sentido Pederneiras-Boracéia e Júnior seguia na mesma rodovia, mas no sentido contrário. Por motivos ignorados houve a colisão, consta no boletim de ocorrência registrado em Pederneiras. Mas uma testemunha, que prefere não ser identificada, conta que Júnior estaria em alta velocidade e, ao se aproximar, teria jogado o carro na direção do veículo que ela trafegava, possivelmente na intenção de provocar um acidente.
Para evitar o choque, o condutor do carro em que ela era passageira desviou pelo acostamento. O veículo ficou danificado. Já os passageiros do Scenic não tiveram a mesma sorte. Com o choque, os veículos rodaram várias vezes na pista. José Pereira Carvalho morreu no local. Já Sonia Marilza Batista Pereira de Carvalho chegou a ser socorrida, porém morreu a caminho do hospital.
Sepultamentos aconteceram em cidades diferentes
Como em Boracéia só existe um velório e um cemitério municipais, a estudante Bianca Peissler, 16 anos, e seu namorado José Vinício Salina Júnior, 19 anos, seriam velados simultaneamente. No entanto, para evitar constrangimentos, o corpo do rapaz foi encaminhado para Bariri, onde foi sepultado ontem às 17h30, mesmo horário em que saiu o féretro da garota.
Nas duas cidades, jovens e adultos estiveram presentes para o último adeus aos jovens. Em Boracéia, mais de 400 pessoas – inclusive o prefeito Marcos Bilancieri (PSD) – passaram pelo local, segundo estimativa da Polícia Militar. Além de tentarem encontrar explicações, algumas pessoas pegaram carro e se dirigiram ao local do desastre que matou Júnior e ao ponto onde Bianca foi socorrida. Buscavam entender um desgosto tão profundo. Por conta dele, a família do rapaz pediu à reportagem que respeitasse a dor da família e deixasse o velório sem entrevistas.
Casal namorava há quase um ano
A estudante Bianca Peissler, 16 anos, já comemorava com as amigas a marca de um ano de namoro com José Vinício Salina Júnior, 19 anos. Filha única, ela estava apaixonada pelo rapaz, com quem rompeu várias vezes durante o período de relacionamento, informaram conhecidos. Jovens e adolescentes lotaram ontem a Funerária Municipal de Boracéia.
“Ele era obcecado por ela. Tinha ciúme dos namorados anteriores”, relata uma das amigas mais próximas de Bianca. De acordo com ela, que não será identificada, o ciúme do rapaz contemplava até as amigas, de quem a estudante se afastou desde o início do namoro. No entanto, na última semana, a situação teria piorado.
Tanta restrição fez com que as amigas sugerissem que ela o deixasse, em vão. ‘Era Deus no céu e o Juninho na terra. Ela não tinha olhos para mais ninguém”, afirmaram. As amigas contaram ainda que a família de Bianca gostava muito de Júnior. O garoto trabalhava na Trident Indústria de Precisão, em Itapuí, junto com a mãe, que tem outro filho do segundo casamento.
Já Bianca era filha única, cursava o terceiro ano do Ensino Médio na Escola Estadual Edir Helen Sgavioli Faccioli. À tarde, a garota fazia estágio uma empresa e à noite fazia curso de auxiliar administrativo, no Senai de Boracéia.
Como na sexta-feira tinha prova do curso técnico, faltou à escola para estudar. Após o exame, ainda segundo as amigas, o casal de namorados se encontrou, passou na casa dos pais dela e depois saiu.
Quando soube do acidente com Júnior, a mãe de Bianca se desesperou. Imaginou que a filha estivesse com ele no carro, comenta uma das amigas que, com a mesma preocupação, ligou várias vezes para o celular dela. “Só dava caixa postal”.
Entre as fotografias postadas em álbuns do perfil de José Vinício Salina Júnior, 19 anos, no facebook, a de Bianca Peissler, 16 anos, prevalece. Também constam imagens do veículo dele, o Gol que pegou fogo anteontem durante o acidente.
Duas horas antes do desastre, Júnior postou uma imagem de gatos com a frase “Se eu fosse um gato, viveria minhas sete vidas com você” e outra, cuja imagem ao fundo mostra uma estrada. Sobre ela, trecho da letra da canção de Geraldo Vandré “Vem vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Mensagens de amor e da importância em sempre falar a verdade também chamam atenção pela abundância.
Motorista encontra garota em vicinal e providencia o socorro
A noite do dia 22 de fevereiro jamais sairá da memória do motorista Flávio Lopes. Foi ele quem localizou a estudante Bianca Peissler, 16 anos, na estrada vicinal do Ferry Boat, em Boracéia. Conhecia a menina desde criança, assim como toda a família dela. Ele e o pai da garota trabalharam juntos.
Flávio conta que acabara de sair de uma lanchonete de amigos, quando decidiu passar pela estrada vicinal. Notou alguém de bruços caído próximo ao asfalto da pista (sentido Ferry Boat) pedindo ajuda com a mão. “Pensei que fosse atropelamento”, comenta.
Flávio, então, voltou para a lanchonete para buscar dois amigos que pudessem auxiliá-lo, pediu socorro médico e retornou ao ponto onde Bianca estava. Resgatada, ele a acompanhou na ambulância. A moça sangrava muito por conta dos golpes de faca (estima-se em 15). Consciente mas com os olhos fechados, a adolescente lhe disse ter sido ferida pelo namorado. “Também pedia muito pelo pai e pela mãe”, conta. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada à Santa Casa de Bariri.
Diante da situação, Flávio pediu para um dos amigos telefonar para o pai da estudante e informá-lo que ela estava ferida. Quando o motorista chegou ao local e soube da tragédia, entregou-se ao desespero. “Inesquecível”, conclui Flávio.
Fonte: Luciana La Fortezza - www.jcnet.com.br
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pode ele fez um estrago danado
ResponderExcluircomo pode dois jovens totalmente inexperientes.... só queria saber onde estão esses pais que abrem mão de suas responsabilidades tão cedo... querem se ver livres dos filhos .... agora ta bom ficaram livres pra sempre.....
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